quarta-feira, 13 de maio de 2009

ATO PERFORMÁTICO: POPOL VUH

Foto:Espetáculo Poppol Vuh (foto de Nilson Só)

O´Gia Grupo de Teatro, do DAC, apresenta uma Performance Cênica inspirada na Obra Popol Vuh, poema maia-quiché escrito em meados do século XVI pelos quichés, na sua própria língua. A Obra fala da origem do homem americano. A experiência é resultante da investigação do processo de construção da narrativa cênica a partir dessa Obra. A proposta partiu do Projeto Construindo Histórias no Teatro, coordenado por Maris Viana, que vem desde 2005 realizando com estudantes da UFSC e jovens da Comunidade, experimentos com Leituras Performáticas, na Universidade Federal de Santa Catarina. A pesquisa partiu da Edição da Obra publicada em português e em quiché, em 2007. Essa versão bilíngue de Popol Vuh foi organizada por Gordon Brotherston e Sérgio Medeiros.
Direção: Maris Viana

[Veja abaixo a notícia publicada no site do DAC sobre a apresentação do espetáculo]

Estreia do Ato Performático Popol Vuh, espetáculo que integra as comemorações dos 30 anos do Teatro da UFSC
Montagem baseada no poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh” registrado na língua quiché, no século XVI.

Dias 19 e 20/09, sábado e domingo, às 20 horas. Gratuito e aberto à comunidade. Ingressos limitados ao espaço alternativo. Para maiores de 12 anos.


Estréia nos dias 19 e 20/09, sábado e domingo, às 20 horas, na área externa do Teatro da UFSC, o Ato Performático Popol Vuh, baseado no poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh” registrado na língua quiché, no século XVI. Essa montagem é resultante do projeto de Pesquisa e Extensão “Construindo Histórias no Teatro”, que acontece no Departamento Artístico Cultural da UFSC, com a participação de jovens universitários e da comunidade catarinense. Em seleção nacional, o projeto “Popol Vuh: uma montagem cênica” foi contemplado pelo Programa Proext Cultura 2008, e recebeu apoio do Ministério da Cultura e do Ministério da Educação. O trabalho tem direção de Maris Viana.

Além de fazer parte da programação comemorativa dos 30 anos do Teatro da UFSC, com vários espetáculos agendados para todo este ano, a montagem também será apresentada nos dias 25 e 26 de setembro, às 21h30, na Semana Ousada de Artes UFSC – UDESC, um evento com diversas atividades culturais que está na segunda edição. Veja mais sobre esse evento em www.semanaousada.ufsc.udesc.br. Em outubro, dias 3 e 4, Popol Vuh voltará à cena.

As apresentações, dirigidas ao público acima dos 12 anos, acontecem na rua, no pátio entre o Teatro da UFSC e a Casa do Divino. Os ingressos são gratuitos, e podem ser retirados com antecedência no DAC – Teatro da UFSC, dias 17 e 18/09, das 14 às 18 horas.

Sobre o Popol Vuh

A iniciativa da montagem de Popol Vuh partiu do projeto de Pesquisa e Extensão “Construindo Histórias no Teatro”, que desde 2005 investiga no Teatro da UFSC diferentes formas de configuração da cena contemporânea, focalizando o seu processo de produção textual. A montagem de Ato Performático: Popol Vuh foi realizada com a participação de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, jovens da comunidade catarinense e equipe técnica. A trajetória da montagem partiu da investigação do poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh” registrado na língua quiché, no século XVI.

A obra principal utilizada como referência de pesquisa foi a edição do poema publicado no Brasil em quiché e em português, uma publicação bilíngüe de 2007, organizada por Gordon Brotherston e Sérgio Medeiros.

Considerado um clássico americano indígena, a narrativa se abre para diferentes possibilidades de leitura. Neste breve recorte, a obra será focalizada pelo aspecto das origens das quatro criações, que parte da vontade dos deuses de serem adorados, tendo início a concepção de toda a Terra e dos animais. Porém, esses animais não puderam louvá-los, por não serem capazes de falar, por isso são condenados a devorar uns aos outros para sobreviverem. Os deuses investem, então, na criação do primeiro homem, feito a partir do barro, o qual é incapaz de procriar e dizer os divinos nomes de seus criadores, sendo assim, destruído. O segundo homem criado, feito de madeira, passa a habitar a terra. Apesar de falar e se procriar, esse homem é incapaz de lembrar os nomes de seus deuses, pois não possui memória. Desta forma, é invocado um dilúvio que os elimina. Os deuses buscam o conselho de seus sábios anciões para criar um novo humano, que é feito à base dos nutrientes do milho misturado a outros ingredientes. Com tamanha inteligência e beleza, o recém-nascido homem de milho causa espanto aos seus criadores, que temem serem por eles igualados. Desta maneira, os deuses condenam sua bela cria a viver na terra com uma visão limitada que só percebe a matéria bruta ao seu redor.

Do diálogo com a Obra Popol Vuh, o O’Gia Grupo de Teatro apresenta o Ato Performático: Popol Vuh. Os micros acontecimentos apresentados se configuram a partir da investigação cênica realizada pelo grupo e apontam para a tentativa de mapear elementos da obra inspirados pela origem das criações.

Num primeiro contato, o grupo vislumbra um Popol Vuh aéreo, porém, ao se aproximar mais da obra, as imagens cênicas vão se configurando em direção ao solo.

Desse encontro com o poema maia-quiché, o O’Gia Grupo de Teatro busca sensibilizar o interlocutor através de cores, cheiros, sons e imagens para o que pode se fazer presente deste acontecimento.

Construindo Histórias no Teatro

O projeto de Pesquisa e Extensão Construindo Histórias no Teatro acontece com a participação de jovens universitários e jovens da comunidade catarinense, e vem, desde 2005, experimentando diferentes formas de produções cênicas, como leituras performáticas, intervenções em espaços alternativos e peças de teatro. Um dos focos principais de pesquisa do projeto é a investigação do processo de produção da narrativa cênica e suas implicações estéticas. Assim, o projeto possibilita que o jovem, além da pesquisa teórica, também participe da pesquisa prática que é a montagem e produção da cena contemporânea, que é apresentada ao público catarinense. As produções cênicas do grupo são submetidas à apreciação do público acadêmico e ao público catarinense, possibilitando o intercâmbio artístico e cultural entre a Universidade e a comunidade.

O grupo de jovens já investigou e realizou a montagem cênica de textos de Samuel Becket, Alan Poe, Jean Paul Sartre, Manuel Bandeira e outros. Em 2007, o grupo apresentou a peça teatral “O santo e a porca”, de Ariano Suassuna, que resultou na formação do Grupo O´Gia de Teatro. Em 2008, Maris Viana foi convidada para dirigir o grupo de alunos formandos em teatro, na categoria de atores e atrizes, da Escola Técnica de Artes de Alagoas. O trabalho resultou na montagem cênica de Pusik, uma performance que partiu da investigação da Obra Popol Vuh, poema maia registrado em meados do século XVI pelos maias-quichés, povos nativos da América Central. O poema já foi traduzido em diferentes línguas e é popularmente conhecido como o “Livro Sagrado” dos maias e a bíblia das américas. O texto se remete à gênese do homem das Américas, feito de milho.

Coordenado por Maris Viana, mestre e doutoranda em Literatura na UFSC, o projeto “Construindo Histórias no Teatro” é realizado no Departamento Artístico Cultural, da Secretaria de Cultura e Arte, da Universidade Federal de Santa Catarina. No início de cada ano são abertas novas vagas para os estudantes da UFSC e jovens da comunidade, que se interessam em participar do processo de pesquisa e produção do espetáculo cênico. O projeto visa à inclusão do jovem no movimento artístico e cultural de Santa Catarina, contribuindo para a formação do público catarinense.


SERVIÇO:

O QUÊ: Estréia do espetáculo “Popol Vuh: uma montagem cênica”, baseado no poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh”, registrado na língua quiché, no século XVI.
QUANDO: Dias 19 e 20 de setembro de 2009, sábado e domingo, às 20 horas
ONDE: Teatro da UFSC: espetáculo de rua, entre o Teatro e a Casa do Divino. Teatro da UFSC, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis.
QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade. Recomendado para maiores de 12 anos.
CONTATO: DAC – Teatro da UFSC (48) 3721-9348 e 3721-9447

Fonte: [CW] DAC: SECARTE: UFSC, com texto e fotos da coordenação do projeto.