As casas destinadas ao teatro acompanham o fazer humano desde a Grécia Antiga, quando eram construídas em encostas, inicialmente de madeira e após em pedra de forma circular. Foram o berço dos dois primeiros gêneros teatrais: Tragédia e Comédia, apresentados para públicos numerosos, talvez equivalentes aos modernos estádios de futebol, embora infinitamente mais significativos, dada a população da época.
Quando em Florianópolis só havia um teatro no centro da cidade, embora já houvessem outros abandonados ou extintos - como o hoje restaurado Teatro da UBRO -, no ano de 1978, a UFSC passa a administrar o espaço da Antiga Igreja Matriz da Trindade, destinando aquele espaço à musica.Em 1978, a UFSC inaugura a reforma da igrejinha, com a pintura mural do Hassis. Os edifícios haviam sido adquiridos alguns anos antes.
Ao lado, em ruínas, o antigo salão paroquial aguçou-nos à criação de um teatro fora do centro da cidade, que fosse capaz de abrigar as produções experimentais do teatro que realizávamos junto ao Grupo Pesquisa Teatro Novo, recém nato, bem como pudesse dar suporte às produções teatrais da cidade de Florianópolis, em pautas superiores ao usual único fim de semana cedido às produções locais.
Em maio de 1979, numa ação conjunta da Universidade e do Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC junto ao Instituto Nacional de Artes Cênicas, foi inaugurado o Teatro da UFSC, hoje carinhosamente o dizemos Teatrinho da UFSC. Era a gestão do Professor Caspar Eric Stemmer, homem culto, que muitas vezes ficava inconformado com o teor das montagens que realizávamos. Embora contrariado, nunca interferiu, nem a favor nem contra, nas constantes lutas junto ao Departamento de Censura Federal, face às nossas montagens junto ao GPTN e dos grupos teatrais convidados em temporadas no Teatro da UFSC.
Nestes 30 anos, na história desta casa de espetáculos da UFSC, muitas produções puderam fazer temporadas mais longas, ou seja, apresentarem-se mais que um fim de semana com suas produções. O fato de ser um espaço quase franciscano não impediu de ter sido, e ser, um celeiro de novos artistas, e de ter uma contribuição indelével ao fazer teatral em Florianópolis, de uma forma mais moderna e despojada, contribuindo às montagens "postas em cena".
Encontros, Festivais, Semanas de Teatro, Mostras de Teatro Educação, Teatro na América Latina, Oficinas, Montagens e Companhias Internacionais, Bonecos, Títeres, Luz Negra, Clássicos, Autores Catarinenses, Teatro de Animação, Teatro Universitário, ENTEPOLA e FITAFLORIPA puderam encenar a sua arte ali naquele palco das "tábuas mágicas" junto à UFSC.
Um fator relevante, desde a sua criação, é a priorização da pesquisa teatral efetuada nas montagens do Grupo Pesquisa Teatro Novo, que ali tem sua sede, bom como nos grupos que surgiram a seguir como o Grupo de Teatro de Adolescentes, coordenado por Zélia Sabino, Grupo O'Gia de Teatro, Coordenado por Maris Viana, e as experiências teatrais de Teatro Educação através de Propostas Cênicas coordenadas por Biange Cabral.
Esta Casa de Espetáculos continuará a ofertar à comunidade as novas produções teatrais nascidas no seio da UFSC e adjunto receberá as novas produções advindas da comunidade, associando-se a outros organismos da UFSC que abraçam a comunidade. Uma casa de espetáculos é o HU da alma humana, através da representação de seus totens culturais.
VIVA NA TRINDADE OS TRINTA ANOS DE TEATRO DA UFSC!
Carmen Lúcia Fossari
Diretora de Teatro do DAC - UFSC
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